Quando se fala em trabalhar o marketing de escritórios de advocacia uma série de questionamentos vem à tona na esteira das restrições impostas pelo Código de Ética e Disciplina da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, Instituição que representa a classe desses profissionais em território nacional.
Segundo os parâmetros definidos pelo documento fica proibida a mercantilização das atividades profissionais dos advogados, o que, de saída, restringe técnicas de marketing e publicidade mais arrojadas e que visam à comercialização de serviços e produtos de maneira , digamos, “agressiva”. Em se tratando de escritórios de advocacia todas as experiências de marketing exigem sutileza na composição de suas peças de comunicação visual e veiculação de conteúdo. E é assim também com outras profissões, a exemplo dos médicos.
Nesse contexto, a assessoria de imprensa sempre foi uma alternativa muito eficaz na tarefa de comunicar e, ao mesmo tempo, respeitar o Código da categoria. Por meio de artigos assinados pelos advogados e matérias conquistadas na mídia tradicional – TVs, rádios, jornais, revistas – consegue-se expor pontos de vista e comunicar feitos sem cometer excessos.
Mas com o advento da Internet a tarefa de veicular informação produzida pelos escritórios de advocacia ganhou outros contornos, assim como para as demais empresas. Afinal, qual é a melhor maneira de disseminar conteúdo valendo-se dos canais digitais (sites, vídeos, blogs, podcasts, mídias sociais etc.) sem ferir diretrizes éticas?
Na verdade, os conceitos éticos para disseminação de informação nos meios digitais continuam os mesmos para advogados e valem-se do bom senso e minimalismo, mas agora a veiculação dessa mesma informação é descentralizada e muito mais democrática, subvertendo a ordem de que grandes monopólios de comunicação tinham a primazia na apuração, produção, publicação e distribuição da notícia. Estar na Internet tornou-se quase imperativo para quem quer sobreviver em qualquer negócio e os escritórios de advocacia absorveram essa premissa, fazendo surgir os profissionais e agências especializadas em Marketing Digital Jurídico.
Dentro desse contexto, somos impelidos a pensar, então, em assessoria de imprensa como algo ultrapassado? A resposta é não.
Apesar de toda modernidade e atualidade que um bom planejamento de marketing digital jurídico encerra, ele por si só não abarca todas as necessidades comunicacionais dos escritórios de advocacia.
Se pensarmos apenas em mídias sociais – a bola da vez – temos que levar em consideração que uma boa estratégia depende de investimento para conquistar audiência, já que as notícias publicadas atingem cerca de 3% dos seus seguidores. E uma boa estratégia para os advogados pode ser ter seus artigos e participação em matérias jornalísticas conquistadas por meio do trabalho de relações públicas veiculados nas Company Pages e Fan Pages de mídias sociais como Linkedin e Facebook.
Outro ponto é que nas mídias sociais as notícias disputam espaço com opiniões sobre os mais diversos assuntos, fotos de viagens etc., conteúdo menos assertivo distribuído pelo Feed de notícias. Já numa publicação especializada em assuntos jurídicos e, portanto, voltada também para advogados, o conteúdo é direcionado e focado.
Mas se, mesmo assim, o marketing digital jurídico tem função essencial e indispensável na conquista de novos clientes, o trabalho de assessoria de imprensa e relações públicas nunca foi tão importante para a construção da reputação de um negócio, valor não menos necessário na hora de se concluir uma venda.
Trata-se de uma mesma estratégia de comunicação com dois pilares de sustentação complementares – além da sempre bem-vinda recomendação boca a boca, muito eficaz nesta área – e que não podem ser esquecidos dentro de um planejamento de marketing para escritórios de advocacia que se pretenda atual e otimizado. Ou seja, o supermercado não acabou com a feira e ambos coexistem até hoje…